Conversa com Yunus

O autor do livro “Um despertar: os bastidores de um transplante”, Hedryk G. Daijó, esteve com o economista e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Muhammad Yunus no último dia 01 de maio de 2015, em São Paulo. O bengalês visitou o Brasil para apresentar, a várias lideranças setoriais, os resultados obtidos pelas parcerias por ele promovidas mundo afora.

A visita teve como objetivo especial promover os Negócios Sociais e outras ações voluntárias e altruístas. “A cada ano que passa as empresas mais modernas tem conseguido olhar ao seu redor e influenciar mais poderosamente os seus stakeholders. Hoje em dia as empresas conseguem mais facilmente harmonizar o ‘ganhar dinheiro’, ou seja, gerar resultado, ser lucrativa e aliado a isso ter como um dos seus propósitos a melhoria da qualidade de vida das pessoas à sua volta”, afirmou Hedryk.

“Encontramos uma fórmula capaz de transformar a realidade de muitas pessoas, especialmente, crianças e agora queremos ganhar escala. Para isso, nós precisamos compartilhar experiências e fomentar o voluntariado, as ações sociais amplas, o comprometimento das empresas e governos e outras ações tidas como benéficas e altruístas”, disse Muhammad Yunus (que ganhou o Prêmio Nobel em 2006 por ter criado o banco de microcrédito Grameen, em Bangladesh, nos anos 70).

Todas essas ações a que se referem o economista serão coordenadas no Brasil pela Yunus Negócios Sociais, empresa que já está instalada há dois anos no Brasil e tem como principal missão desenvolver e financiar empreendedores que estejam dispostos a encarar esse desafio.

No encontro Hedryk comentou à Yunos sobre o iminente lançamento do seu livro “Um despertar” e todo o seu conteúdo. Yunus sorriu e parabenizou o escritor pela iniciativa, acrescentando: “você recebeu doações preciosas e compartilhar com a humanidade o que você viveu é a sua parte nesse universo de trocas benevolentes”.

Fonte: site Um Despertar – 02 de maio de 2015

05 - 01.05.2015 - Hedryk e Yunus

 

​I Conferência Internacional sobre Educação para Doação​

Da Agência USP de Notícias​, 01 de maio de ​2015

Entre os dias ​0​1 e ​0​5 de junho, a Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da USP, em parceria com a Facultad de Psicología da Universidad Autónoma de Madrid e a Escuela de Enfermería da Fundación Jiménez Díaz, promove a Conferência Internacional de Educação para Doação e Transplante de Órgãos e Tecidos Humanos.

As inscrições podem ser realizadas previamente pelo site do evento ou no local e data do evento. As taxas variam de acordo com a categoria do participante, as atividades desejadas e data de inscrição. É possível submeter resumos e trabalhos até dia 10 de maio.

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I Congresso Einstein de Transplante

Reconhecido pelas iniciativas inovadoras e pelo pioneirismo em tecnologia, qualidade e segurança, assistência, pesquisa e ensino, o Hospital Israelita Albert Einstein também é considerado uma referência em transplantes.

O I Congresso Einstein de Transplante​, a ser realizado entre os dias 23 e 25 de abril de 2015 (em São Paulo),​ pretende mostrar a experiência de mais de uma década do Programa de Transplantes da instituição e estimular a troca de ideias sobre atualidades, avanços e perspectivas em transplantes de órgãos sólidos, medula óssea e córnea. Além de apresentações de casos clínicos e temas específicos de cada tipo de transplante, serão discutidos temas como imunologia, infecção, cuidados intensivos, anestesia e recursos diagnósticos que fazem a diferença no transplante e nos quais o Einstein possui grande expertise.

Este evento contará com a participação de convidados internacionais e nacionais e é dirigido a todos os profissionais da área de saúde​ (espacialmente médicos e equipe multiprofissional)​. Recursos diferenciados de ensino serão explorados neste congresso, como aulas por meio de videoconferência e o Pré-Curso de ECMO no Centro de Simulação Realística.

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Divulgada estatísticas atualizadas sobre transplantes no Brasil

Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) divulgou as informações do Registro Brasileiro de Transplantes relativas ao 1º trimestre de 2015. O Registro apresenta os dados atualizados da situação da doação de órgãos e transplantes no Brasil.

Em resumo, os números mostram, em comparação com o ano de 2014, o seguinte:

  • Queda de 1,4% na notificação de potenciais doadores e 0,8% em doadores efetivos.
  • A recusa familiar é de 43% das famílias brasileiras.
  • Transplante renal caiu 7,6%, sendo a queda de 20,3% com doador vivo e de 3,4% com doador falecido.
  • Transplante hepático caiu 0,7%, mas diferente do transplante renal, os transplantes com doador vivo aumentaram 9,0% e os com doador falecido caíram 1,6%.
  • Transplante cardíaco queda de 1.0%.
  • Transplante de pâncreas queda de 24%.
  • Transplante de pulmão: aumento de 19%.
Confira no Registro Brasileiro de Transplantes todas as informações sobre transplantes e doação de órgãos no Brasil. Registro Brasileiro de Transplante de 2015 clicando aqui.

100 livros para a Adote

A Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos (Adote) confirmou, nos primeiros dias de março, o seu interesse na aquisição de 100 exemplares do livro “Um despertar: os bastidores de um transplante”.

A ideia de um dos fundadores da ONG, Rafael Paim, é ajudar o livro a provocar o máximo possível de pessoas para gerar uma oxigenação do debate. “A Adote comprará 100 unidades, as quais serão distribuídas de uma forma diferenciada. O leitor (preferencialmente associado) receberá o livro de graça tendo, em contrapartida, que assumir um único compromisso: ao final da leitura entregar o material, em mãos, para outra pessoa também preocupada com o tema e assim sucessivamente. O nosso propósito é transformar o livro, realmente, em uma ferramenta de conscientização e provocação” – disse Rafael.

Já para Hedryk, um dos autores do livro, firmar uma parceria como essa é algo fundamental para o êxito do projeto. Segundo o autor “quanto mais pessoas falarem sobre transplantes, mais discussões surgirão”. Essas discussões, ainda segundo Hedryk, servirão não só para conscientizar as pessoas a doarem órgãos, mas, também, para chamar a atenção do poder público sobre o caráter de urgência do tema. “Ter a Adote ao nosso lado, nos ajudando, nos orientando, é de suma importância para que possamos fazer o livro circular; não somente entre os interessados diretos, mas, também entre o cidadão comum. Estamos muito felizes com o reconhecimento e com o apoio que recebemos e vamos continuar trabalhando para que o procedimento (transplante) seja melhorado em todos os sentidos” – concluiu.

VIII Encontro sobre doação de órgãos

O autor do livro “Um despertar: os bastidores de um transplante”, Hedryk G. Daijó, recebeu um convite para ministrar uma palestra no Encontro Sobre Doação de Órgãos promovido pela Adote. O evento, em sua oitava edição, será realizado no Rio de Janeiro em outubro.

O tema, parafraseando o livro, será: “os bastidores de um transplante – na visão do transplantado”.

Para os organizadores do evento “é muito importante, em ocasiões como essa, compartilhar o testemunhal do Hedryk – que passou por dois transplantes. Trata-se de uma visão mais humana e menos técnica do procedimento e isso faz toda a diferença; especialmente quando estamos diante de uma plateia heterogenia como é o caso do Encontro – que reunirá professores, alunos, médicos, enfermeiros, autoridades públicas, doadores, receptores etc.

Para Hedryk “existem muitos transplantados no Brasil que poderiam prestar o mesmo testemunho que o meu. O fato de eu ter traduzido em livro a minha experiência talvez tenha sido o principal diferencial para eu ter recebido um convite tão especial como esse. Fiquei muito feliz com a lembrança e espero que o encontro seja um sucesso!”.

A data, horário e local do evento ainda não foram divulgados.

50 anos do primeiro transplante da América Latina

50 anos do primeiro transplante da América Latina​ – Uma abordagem técnica

Por Dr. Luiz Estevam Ianhez​

​​O primeiro transplante renal do Brasil foi realizado no dia 21 de Janeiro de 1965, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, pela equipe da Clínica Urológica. Chefiada pelo Prof. J. Geraldo de Campos Freire e pelo Prof. Emil Sabbaga, do departamento de Clínica Médica ( 2​a.​​ ​Div​i​são do Serviço do Prof. Luiz V. Decout), com a colaboração do Prof. Geraldo Verginelli, do Departamento de Cirurgia ( Serviço do Prof. Alípio Corrêia Neto).

O paciente recebeu o rim do irmão e viveu normalmente mais de oito anos, apesar de ter apresentado uma serie de problemas não previsto​s​: doador com duas artérias renais, necessitando de duas anastomoses arteriais com tempo isquemias de 41 minutos, sem perfusão naquela época, e, no pós-operatório imediato, teve hemorragia digestiva alta, conseguente a altas doses de prednisona empregadas, permanecendo apenas com azatioprína como única droga imunossupressora. Quatro anos mais tarde, verificando que esse paciente rim de doador ind​ê​ntico, pois somente em 1969 surgiu a tipagem HLA. Por essa feliz histórica coincidência, esse paciente conseguiu manter-se apenas com azatioprina, sem corticóide. Como seria nosso programa se o primeiro paciente tivesse má evolução?

No mesmo ano de 1965, outros três transplantes forma realizados, também com doador vivo, no mesmo serviço, agora denominado de unidade Transplante Renal, criado pelo Conselho Diretor do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Todos os pacientes estavam vivos, com o enxerto funcionamento após seis meses, e esses dados foram apresentados no III Congresso Brasileiro de Nefrologia, na Bahia, em julho de 1966. A boa evolução desses quatro primeiros pacientes foi, seguramente, a grande força propulsiva para o desenvolvimento tão acelerado que teve a unidade transplante renal do Hospital das Clinicas.

No ano seguinte, foram realizados no mesmo serviço mais quatro transplante, e em 1967, outros sete. A análise desses primeiros 15 transplante renais, com doador vivo parente, do Hospital das Clinicas da Universidade de São Paulo, foi publicada na Revista da Associação Medica Brasileira em 1968. A sobrevida dos pacientes e dos exceto foi de 64% após o primeiro ano.

A imunossupressão empregada constou de azatioprina e prednisona; em alguns casos, fora utilizados, pioneiramente no Brasil, outras medidas imunossupressora, como drenagem do ducto torácico e irradiação endolinfática com lipiodol radiotivo.

A histocompatibilidade HLA, assim como a prova cruzada, não era feito nessa época antes do transplante. A compatibilidade sanguínea ABO era o único teste imunológico de transplante. A compatibilidade sanguínea ABO era o único teste imunológico realizado.

No ano de 1966, associou-se à Unidade Transplante Renal o Dr. Nelson Figueiredo Mendes, que depois de dois anos de estudos nos Estados Unidos, criou o serviço de imunologia de Transplante Renal na Faculdade de Medicina da universidade São Paulo. A​ ​partir de 1968, foram realizados os primeiros testes de prova cruzada, pré-transplante, a tipagem HLA nos lócus A e B.

Alem das dificuldades de ordem imunológicas nos casos iniciais, o manuseio do paciente renal crônico ainda era precário, pelas dificuldades dialíticas da época e pelas falta de meios de tratamentos de doentes graves. Não tínhamos unidade de terapia intensiva e principalmente não tínhamos também experiência e manusear grupo tão delicado de pacientes, como é o dos imunossuprimidos.

Em 1967, foi realizado no Hospital das Clinicas de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, o primeiro transplante renal com doador cadáver no Brasil, pela equipe do Prof. Aureo José Ciconelli.

A necessidade de outras medidas imonossupressoras suplementares, como novo programa de transplantes de rim cadáver, fez com que desenvolver-se, na Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto, a Fabricação de globulina antilinfocitária, utilizada em paciente no primeiro serviço e, experimentalmente em Ribeirão Preto.

A equipe de transplante de São Paulo realizou em 1967 o primeiro transplante em um Hospital (Hospital Sirio-Libanes de São Paulo) e, em 1971, essa mesma equipe realizou o primeiro transplante com doador não – consanguineo no Brasil – doação de esposa para esposa. Em 1972, foram apresentados, no VI Congresso Brasileiro de Nefrologia, 14 casos de transplantes renal realizados entre Agosto de 1968 e Maio de 1972, no Rio de Janeiro, sendo três doador voluntários.

​Fonte: www.luizestevam.com.br

Equipe do 1° Transplante (21.01.1965)

Atletas transplantados ganham medalhas em competições

​Jornal Nacional, 10.12.2014

Nesta semana, o Jornal Nacional está mostrando um recurso poderoso da medicina para dar mais vida a quem tem a saúde extremamente frágil. O transplante de órgãos.

Na terceira e última reportagem dessa série especial, os repórteres Marcos Losekann e Jonathan Santos mostram os resultados quase mágicos dessas intervenções.

Um coração que bate no peito. Um rim que filtra o sangue. Córneas para enxergar. Quem tem saúde muitas vezes nem se dá conta da importância dos órgãos, mas quando um deles falha, só uma nova peça para o motor não parar. E ninguém melhor do que um transplantado para provar que é possível renascer.

“É super importante, porque com o transplante, na verdade, você renasce. Você tem uma vida nova, você tem uma segunda chance na vida de realmente poder fazer tudo aquilo que uma pessoal normal pode fazer”, diz Edson Arakaki.

O Edson tem 52 anos e é um campeão de saúde. Ele disputou as Olimpíadas de Transplantados da Suécia em 2011 e da África do Sul em 2013. E ganhou medalhas nas duas edições. Mas o maior prêmio dele foi o rim que recebeu de uma das irmãs há 13 anos. Esse rim devolveu ao Edson a alegria de viver.

“Isso aqui é o resultado assim de um esforço muito grande, não só meu, mas da minha família, da minha esposa e sem dúvida eu devo tudo isso a esse rim que eu recebi da minha irmã em um momento muito crítico da minha vida”, conta Edson.

“Existe uma mudança de enfoque das coisas que são importantes na vida. Hoje você vive bem. Um dia para esses pacientes é muito mais importante do que saber o que que vai acontecer daqui a 15, 20 anos se eles vão estar vivos. É interessante isso, é o dia a dia da gente que lida com transplante”, afirma o diretor da Unidade Transplante Cardíaco do Incor, Fernando Bacal.

O reencontro com a saúde depois de um transplante ficou bem mais fácil na década de 80, quando a indústria farmacêutica desenvolveu os imunossupressores – remédios capazes de diminuir a rejeição. Não existe mais um prazo de validade para órgãos transplantados. Segundo os médicos, depende muito de cada paciente, do estilo de vida de cada um.

“Nós temos pacientes que transplantaram em 85 quando nós retomamos o programa de transplante aqui no Brasil e estão vivos até hoje. Mas vai depender se o paciente se cuida, porque ele ganha um coração novo mas tem que continuar se cuidando, do ponto de vista de não engordar, de fazer atividade física, de tomar os remédios direito”, explica Fernando Bacal.

Nada supera a vontade de viver. Depois do transplante de rim, Dinael virou atleta: pedala pelo menos três horas por dia para manter a boa forma e a saúde impecável.

“De fato, a minha vida não foi mais normal. Ela superou a minha expectativa. Porque a gente passa a dar valor nas pequenas coisas, passa a fazer manutenção do corpo através da atividade física. Então foi muito importante isso aí para mim”, diz Dinael Wolf.

Nos últimos dias, o Jornal Nacional mostrou o caso da mulher que faz três seções de hemodiálise por semana enquanto um novo rim não vem. Os atletas transplantados que colecionam medalhas. Aquele senhor da cirurgia que a gente acompanhou em São Paulo, e amenininha, Júlia, que passou o primeiro aniversário internada no hospital, enquanto espera por um coração.

Nesta quarta-feira (10) a tia da Júlia contou que recebeu um telefonema dos parentes de uma criança – um menino chamado Danilo, que teve morte cerebral atestada pelos médicos. Mesmo no momento doloroso, essa família se lembrou da Júlia da reportagem de segunda-feira (8) no Jornal Nacional e decidiram que os órgãos do menino seriam doados. Infelizmente para Júlia, o coração do Danilo não é compatível. Ela vai continuar esperando. Mas a família do menino vai dar a outra criança que também precisa de um transplante a chance de renascer.

Assista a matéria clicando aqui: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/12/atletas-transplantados-colecionam-medalhas.html

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Eletricista decide doar rim para cliente que acabou de conhecer

Jornal Nacional, ​09​.12.2014

Nesta semana, o Jornal Nacional está apresentando uma série especial de reportagens sobre vidas que podem ser preservadas com transplantes de órgãos. No Brasil, o Ministério da Saúde coordena uma fila única de candidatos a transplante. É uma forma de evitar que pessoas mais influentes passem na frente das outras.

Essa fila só pode ser furada em casos de urgência extrema. Mas toda a estrutura montada para salvar essas pessoas doentes depende, em primeiro lugar, de que exista um órgão pra ser transplantado. Tem que ter um doador.

Eles dependem de uma máquina para viver. São pacientes renais, a espera de um transplante.

“A esperança é que qualquer dia alguém me liga e diga: ‘Olha, chegou a sua hora de fazer o transplante’”, conta a dona de casa Sonia Maria da Penha.

Os centros de hemodiálise espalhados pelo Brasil são apenas um exemplo dessa espera. Gente que para se livrar da dependência dos aparelhos, precisa que alguém doe um órgão, em um gesto de amor.

“A gente não está torcendo para ninguém morrer, caso ocorra isso, que os pais, que vão estar passando pelo momento mais difícil da sua vida, eu imagino que deva ser perder um filho, tenha esse ato de solidariedade, de compaixão”, diz a tia de paciente, Cláudia Maria.

Uma boa-ação que já deu resultados: em 2008, eram quase 65 mil pessoas na lista de espera por algum tipo de transplante. Atualmente, pouco mais de 40 mil brasileiros estão na fila. Mas ainda falta muito. Basta visitar as UTIs dos centros de transplantes que funcionam nas principais cidades do Brasil. O maior deles é o Instituto do Coração de São Paulo, o Incor.

“Hoje o transplante é uma realidade. Se nós não realizamos na proporção que nós gostaríamos, nós realizamos hoje mais do que no passado e eu tenho confiança e esperança plena de que nós vamos avançar mais”, afirma o diretor-geral do Incor, Fabio Jatene.

Um transplante de coração é sempre mais complicado quando quem precisa desse órgão é uma criança. A operação depende de uma série de coincidências entre quem doa e quem recebe. Tipo sanguíneo, peso, idade. É por isso que a média de transplantes de corações infantis no Incor em São Paulo é de apenas 12 por ano. Poderia ser muito maior se houvesse mais doadores.

No caso de adultos, o mais importante é combinar o tipo sanguíneo. O peso e a idade do doador e do receptor não precisam coincidir. O problema é que o coração é um órgão que não se doa em vida, assim como pulmão, pâncreas e córneas – por exemplo. Ao contrário de medula, fígado, rins, que podem ser doados em vida – uma opção mais simples, que depende da iniciativa do doador. Bem mais difícil é a decisão que cabe aos parentes em uma hora de sofrimento.

“É muito importante que nós sempre verbalizemos para os nossos familiares que a gente é um doador de órgãos porque essa vai ser uma das grandes decisões dos familiares na hora de aceitarem a doação”, diz a diretora médica do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal, Núbia Vieira.

Receptor conhece doador de forma inusitada
Essa decisão de doar os órgãos de um parente é um primeiro passo para salvar vidas. Porque o transplante mesmo só pode ser feito quando existe compatibilidade entre o doador e o receptor.

Um sopro de esperança que um homem jamais esperava receber. Foi um ventilador que mudou a vida dele. Tudo aconteceu quando José chamou um eletricista para instalar o aparelho no quarto da filha. E quem apareceu? Um tal de Flávio. Ele havia perdido a mãe na fila do transplante. Flavio era menor de idade na época e, por isso, não pode doar o rim para ela. Mas diante do tumulo fez uma promessa.

“Eu ajoelhei e falei para ela: ‘mãe, qualquer um que tiver – filho, neto, quem for, amigo, que for compatível, o primeiro que chegar e Deus tocar no coração’. E foi o que aconteceu”, conta o doador Flavio Diniz.

Durante a instalação do ventilador, Flavio percebeu as cicatrizes da hemodiálise nos braços do José. E logo lembrou da mãe. Na mesma hora se ofereceu para a doação. Os dois fizeram exames. E deu compatibilidade total.

“Eu estaria até hoje fazendo hemodiálise. Estaria até hoje lá na máquina. Ou não estaria, ou não estaria. O que modificou tudo foi ter encontrado uma pessoa assim sem nunca ter visto e fazer um gesto desse que ele fez”, afirma o receptor José Lins.

José ganhou mais do que um rim de Flávio: ganhou um irmão. As famílias se tornaram amigas. E para quem acha que essa foi a maior coincidência dessa história, é porque ainda não viu o nome da rua onde José e Flávio se conheceram, no bairro da Penha, em São Paulo: Rua José Flávio.

​Assista a matéria completa clicando aqui: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/12/eletricista-decide-doar-rim-para-cliente-que-acabou-de-conhecer.html​

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​​JN acompanha corrida contra o tempo para realizar transplante de coração

Jornal Nacional, 0​8​.12.2014

O Jornal Nacional vai mostrar esta semana uma série de reportagens especiais sobre uma das maiores proezas da medicina. A capacidade de oferecer uma chance de vida maior para pessoas que precisam de um órgão novo, de um transplante.

Mas essa espécie de renascimento não depende só dos médicos. E é isso que os repórteres Marcos Losekann e Jonathan Santos mostram agora.

Tensão nas ruas de Goiânia. A sirene do carro de Bombeiros abre caminho para a equipe de médicos que veio de São Paulo especialmente para buscar um coração. O doador é um jovem de 22 anos que morreu em um acidente de moto. Ele vai continuar vivo no peito de outra pessoa.

Mas, ainda não é vez de Júlia. Uma menininha que há quase 4 meses está na UTI do Instituto do Coração em São Paulo precisa que o doador seja uma criança, como ela. Tem que pesar entre 6kg e 18kg. E ter sangue do tipo O+. Júlia vai ter que esperar.

“A maioria dos doadores são jovens ou adultos jovens. Então, essa é a grande maioria dos doadores que nós temos. Acidentes, principalmente. Então, crianças já se constitui em uma população mais difícil para proporcionar órgãos de doação”, explica Fabio Jatene, diretor-geral do Incor.

Dois andares acima, no mesmo hospital, um homem se prepara para renascer: Licínio José da Silva saiu do Piauí há 3 meses e foi direto para ponta da fila. Há 30 anos ele luta contra a doença de chagas, que comprometeu 70% de seu coração.

Jornal Nacional: E como é que foi quando os médicos entraram aqui e disseram “se prepara que é agora”?
Licínio José da Silva, aposentado: Isso aí é que pegou a gente se manter firme. Não deixar a emoção tomar de conta.
Jornal Nacional: Até porque o coração não aguenta, não é?
Licínio José da Silva: É.

No hospital de urgência em Goiânia, os médicos do Incor começam a retirar o coração do doador, que teve a morte cerebral confirmada. Este órgão só pode ficar no máximo 4 horas parado. Os médicos correm contra o relógio.

Em Brasília, na casa de Júlia, parece que o tempo não passa. Uma tia da menina assumiu a organização da casa, enquanto a mãe e o pai se revezam no Incor, para cuidar da filhinha. Júlia tem um irmãozinho, Gabriel. Ele sabe exatamente o que a irmã dele precisa para que a vida da família volte ao normal.

Jornal Nacional: E o que que é isso aqui, vermelho?
Gabriel: É o coração da Júlia

Em Goiânia, o carro de bombeiros corre para o aeroporto. Levando a caixa térmica com o precioso conteúdo. A viagem de avião até São Paulo dura 1 hora e 50 minutos. E para fugir do congestionamento da metrópole, um helicóptero completa o percurso do Aeroporto de Congonhas até o Incor. O tempo voa.

Quase quatro horas depois da captação do órgão, em Goiânia, o helicóptero finalmente chega no heliponto do Incor, em São Paulo, levando a bordo o tão esperado coração. Começar uma nova corrida contra o tempo, no centro cirúrgico, um trabalho minucioso, que o Jornal Nacional acompanha.

Ronaldo Honorato, cirurgião cardíaco: Estou literalmente com o coração na mão e trabalhando com muito coração.

Em Brasília, a tia de Júlia mostra que a mala está sempre pronta. Quando a boa notícia chegar, ela não quer perder nem um minuto. Irá voando para São Paulo, para acompanhar a cirurgia da sobrinha.

Toda a família reza para que isso não demore. Júlia sofre de uma cardiomiopatia dilatada gravíssima. Por causa de um vírus, o coraçãozinho dela está seis vezes maior do que o normal. Funciona com apenas 30% da capacidade.

“A condição da Júlia, ela está em uma UTI, ela está em prioridade, ela está precisando de uma medicação que corre na veia, 24 horas, sete dias por semana. E se a medicação não fizer mais efeito no corpinho da Júlia, vai adicionar mais medicação e pode chegar a um ponto em que isso já não é mais possível. Esse transplante tem que ser para ontem”, explica Estela Azeka, cardiopediatra.

No centro cirúrgico, os médicos completam a missão: a cirurgia de Licínio é um sucesso.

Dois andares abaixo, Júlia vive um dia especial também. É o primeiro aniversário dela. Os pais, os médicos, os enfermeiros, todos estão confiantes de que, logo, logo, assim como Licínio, Júlia vai ter sua chance de sair com um presente batendo saudável no peito.

Assista a matéria completa clicando aqui: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/12/jn-acompanha-corrida-contra-o-tempo-para-realizar-transplante-de-coracao.html​

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