​​”​​Mudei meu estilo de vida para doar um rim”

Sou Mais Eu Digital​, Portal UOL, 21 de julho de 2015​

Eu não dava a mínima para a minha saúde. Ia todos os dias para o bar com os amigos pra tomar umas brejas e fumava um maço de cigarro por noite. Além disso, me alimentava muito mal. Tomava só um café preto às 7 h e almoçava só lá pelas 13 h. Como ficava todo esse tempo sem comer, fazia pratos gigantes com bastante arroz, feijão, batata frita, frango frito, salgadinhos… E nada de salada. Para acompanhar, me entupia de refrigerante. Água? Só quando tinha sede mesmo. Exercícios? Que nada! Não tinha tempo nem vontade. Mas tudo isso mudou quando meu sobrinho precisou de mim para salvar sua vida…

O Alessandro, filho da minha irmã, descobriu uma doença nos rins com 8 anos de idade. O nome é Síndrome Nefrótica. Seus rins não estavam filtrando as toxinas do corpo direito. Isso causava inchaço e dores nos membros. Por isso, ele fazia um tratamento com remédios. Mas, aos 18 anos, o Alê se rebelou e parou com o tratamento por dez anos. E aí teve que pagar um preço alto por isso: em 2011, quando estava com 28 anos, ele descobriu que só tinha 10% dos rins funcionando e que precisaria fazer sessões de hemodiálise para filtrar seu sangue.

Logo depois que o médico deu o diagnóstico, veio a pior parte: meu sobrinho precisava de um transplante de rim urgentemente. Caso contrário, ele só teria mais 24 meses de vida. Quando minha irmã veio conversar comigo, ela já tinha perdido as esperanças. Todos na família já haviam feito o teste e não eram compatíveis. Para piorar, meu sobrinho era o número 2 mil e lá vai cacetada na fila do transplante.

Decidi fazer o teste e, para a alegria de toda a família, eu era 99% compatível com o Alessandro. Mesmo sabendo que eu podia salvar a vida dele, demorei dois meses para decidir que ia fazer a doação, principalmente por causa da minha idade – 54 anos na época – e do meu estilo de vida. Esses fatores elevavam o risco de complicações durante a cirurgia de transplante. Mas me dei conta de que seria muito egoísmo deixar o medo falar mais alto e decidi que ia, sim, doar uma parte de mim em troca da vida do meu querido sobrinho.

Fiz uns 80 exames e, com os resultados, surgiram alguns empecilhos. Meu colesterol superalto, o sobrepeso, meus péssimos costumes alimentares e o hábito de fumar impediam que a cirurgia fosse feita de imediato. Eu tinha que mudar tudo em minha vida. Sabia que seria difícil, mas estava disposto a fazer qualquer coisa ao meu alcance para ficar bem e ter condições de doar um dos meus rins.

O médico teve uma conversa franca comigo. Disse que, além de mudar todos os meus maus hábitos, eu teria que começar a me exercitar. A primeira coisa que fiz foi cortar o cigarro de uma vez. Também parei de consumir fritura e beber refrigerante e passei a comer de três em três horas. Meus pratos ficaram mais enxutos, coloridos, cheios de verduras e legumes.

Além de tudo isso, comecei a fazer atividade física. Caminhava três vezes por semana, cerca de 6 km por dia. Aos domingos, com sol ou chuva, pedalava cerca de três horas seguidas. Ufa! Nada me faria desistir. Minha vontade de salvar meu sobrinho era muito maior que todo o sofrimento.

O transplante também me beneficiou!

Por prevenção e por causa do colesterol alto, precisei fazer um cateterismo, exame que mapeia as artérias para saber se nenhuma delas está entupida. Estava tudo bem, graças a Deus. Perto da data do transplante, fiz mais alguns exames. Além de ter perdido 7 kg – passei dos 101 kg para os 94 kg –, meus níveis de colesterol ficaram controlados e eu estava totalmente apto para fazer a doação!

Eu e o Alessandro fomos internados no dia 4 de maio de 2012. Às 14 h, os médicos retiraram meu rim e depois de alguns minutos ele foi implantado no meu sobrinho. Que alegria saber que estava salvando uma vida tão jovem! O Alessandro se recuperou completamente, sem sequelas nem limitações, e passou a ter uma rotina normal. Ficou novinho em folha!

Meu sobrinho me agradece até hoje. Mas a verdade é que eu também me beneficiei com tudo isso. Abandonei todos os meus hábitos ruins e agora levo uma vida mais saudável. Antes, eu dava uma pequena caminhada e já ficava todo suado e cansado. Agora dou piques e pedalo um tempão com a maior disposição. Nunca mais coloquei refri e cigarro na boca e bebo 2 litros de água por dia, além de me alimentar bem. É uma vida totalmente nova!

O único problema de ter apenas um rim é que, se ele falhar, também vou precisar de um transplante. Por isso, cuido muito bem do meu. Hoje, quando eu e o Alessandro nos encontramos, sempre brinco com ele: “É, Alê, você tem 34 anos, mas seu rim tem 58!”. E aí a gente cai na risada!

“Até meus 18 anos, eu seguia o tratamento para os rins à risca. Mas acabei perdendo a paciência com todos aqueles medicamentos e restrições e decidi parar por conta própria. Resultado: aos 28 anos, tive de fazer hemodiálise porque meus rins não filtravam mais meu sangue direito. Quem me livrou de tudo isso foi o meu tio. Quando soube que ele doaria um dos rins pra mim, fiquei muito aliviado, pois eu tinha menos de 24 meses de vida. Até hoje lembro da noite anterior ao transplante. Ficamos internados no mesmo quarto e conversamos toda a madrugada. Eu não conseguia parar de agradecê-lo. Serei grato pelo resto da vida. Afinal, é uma parte dele que me mantém vivo.”

Como estava com os níveis de colesterol muito altos, o Luiz precisou mudar seus hábitos para não causar nenhuma complicação na hora da cirurgia do transplante. O presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia, João Damasio Simões, explica que, “durante a operação, se os níveis de colesterol estão altos, o sangue fica mais grosso e pode chegar em pouca quantidade a alguns órgãos, principalmente ao coração e ao cérebro. Isso pode causar um AVC, uma parada cardíaca e até levar à morte”. O especialista alerta que é muito importante manter uma vida saudável, pois qualquer cirurgia oferece risco. “Quando um procedimento precisa ser feito às pressas, pode haver mais riscos se a pessoa não cuidar bem da sua saúde”.

​​LUIZ ROBERTO DOS SANTOS, 58 anos, corretor de seguros, Belo Horizonte, MG e ​​​ALESSANDRO FERREIRA, 34 anos, gerente de compras, o sobrinho do Luiz

Um Despertar - Luiz Roberto e Alessandro (doação)

“Um Despertar” desembarca em Foz do Iguaçu

No dia 15 de julho de 2015 desembarcaram em Foz do Iguaçu os primeiros exemplares do livro “Um despertar: os bastidores de um transplante”. O livro, que teve a tiragem inicial de 1.500 exemplares e cujo projeto gráfico e editorial foi conduzido pela Eureka! Editora, trata das experiências vividas por Hedryk G. Daijó ao se sujeitar a dois transplantes renais.

Segundo Harry T. Daijó, co-autor do livro e natural de Foz do Iguaçu, “o material não é destinado só aos transplantados renais. Ele tem uma abordagem ampla, versando sobre a doação em seu sentido mais complexo, aliada a outras experiências humanas”. O lançamento do livro acontecerá inicialmente em São Paulo (cidade onde os transplantes foram realizados) e, na sequência, nas outras capitais brasileiras.

O livro passa a ter apelo diferenciado, especialmente devido à mais recente constatação da queda da taxa de potenciais doadores – publicada pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos em seu informe “Dados Numéricos da Doação de Órgãos”. “É no mínimo estranho imaginar que no Brasil, um país tido como ‘solidário’, 43% das famílias ao serem abordadas pelas equipes médicas dos hospitais não autorizam a doação de órgãos dos seus entes falecidos. Nesse aspecto o livro tem um imenso potencial de conscientização” – destacou Harry.

Nesse momento de avant premiere o livro poderá ser adquirido no site: www.umdespertar.com.br e, a partir de setembro, nas livrarias parceiras.

Fonte: site www.umdespertar.com.br

07 - 16.07.2015 - Keko e Zinho (Um Despertar)

O Médico é um Individualista

Em dezembro do próximo ano, o médico Cláudio Lottenberg terá completado quinze anos à frente do Hospital Israelita Albert Einstein. Sob seu comando, a instituição passou por transformações extraordinárias, tanto no âmbito comercial como no social. O número de leitos quintuplicou, instaurou-se um dos maiores programas de transplante hepático do pais, fizeram-se parcerias com hospitais públicos. Neste ano, em que comemora seis décadas, o Einstein inaugurará uma faculdade de medicina. Mas a marca principal de Lottenberg é outra. Aos 54 anos, ele se revela um executivo de opiniões originais e corajosas. Entre suas defesas, o programa Mais Médicos e o uso da fé na gestão do hospital. “A excelência do hospital está profundamente ligada a seu DNA judaico”, disse a VEJA.​​

O senhor defende em seus discursos públicos o programa do governo federal Mais Médicos. É postura contrária à da maioria dos gestores de saúde. Por que acredita estar certo?

O Mais Médicos é entendido em sua superficialidade, apenas como a inserção de médicos cubanos. O programa é muito mais amplo. Ele prevê, por exemplo, a capacitação de profissionais e a ampliação de vagas de medicina. A importação dos cubanos seria feita compensatoriamente. caso os médicos brasileiros não se interessassem em preencher as vagas ofertadas pelo governo federal em locais distantes dos grandes centros. Mas aqui cabe ressaltar um ponto paradoxal. Não há como negar os riscos no atendimento de médicos cubanos. Esses profissionais têm de trabalhar com supervisão, e é possível que isso não esteja ocorrendo. No entanto, os brasileiros que nunca tiveram ao menos uma pessoa que os olhasse, que assistisse as suas aflições, estão muito felizes com os médicos cubanos. Quem está certo, afinal? A realidade é nítida: sem esses profissionais. inúmeros doentes de vários lugares do pais não teriam absolutamente nada. Diante dessa necessidade urgente de médicos, a argumentação contrária aos cubanos perde a força.

​​Mas o profissional brasileiro conseguiria praticar uma boa medicina em cidades distantes dos grandes centros?

Não. Mas cabe a ele pressionar o Estado para criar as condições. A classe médica estava muito acomodada até a chegada dos profissionais cubanos. Sempre me pergunto: não fizemos o juramento de Hipócrates? Muitos discutem salários. Poucos, a inserção social. Procuro essa postura no Hospital Albert Einstein. Ninguém nos chamou para enviar ajuda aos sobreviventes do terremoto ocorrido no Haiti em 2010. Chegamos ao pais antes da Força Aérea Brasileira. Claro, o governo tem de criar condições de trabalho para o médico. Assim como tem de pagar bem ao profissional e oferecer uma carreira. Mas poucos davam atenção a essas questões até surgirem os médicos cubanos. Gosto muito da seguinte frase: “As boas intenções morrem nas palavras”.

​​Recentemente, médicos de hospitais públicos e privados foram acusados de operar sem necessidade e usar próteses de segunda linha em troca de propina. Como eliminar esse tipo de crime?

A situação é dramática em qualquer lugar do mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, foram desperdiçados 700 bilhões de dólares na área da saúde só no ano de 2013. As duas principais causas do problema foram definidas: 40% dos casos estavam associados à falta de protocolos médicos bem estabelecidos; e 20%. a fraudes. O quadro é grave, não há dúvida quanto a isso. Acredito, no entanto, que responsabilizar unicamente o médico não resolve muita coisa. É apenas a ponta do iceberg. A indústria quer lucro a qualquer preço, a fonte pagadora quer sempre encontrar uma forma de pagar menos, os médicos são mal remunerados e o paciente quer ver seu problema resolvido. Não há um único culpado de plantão, portanto.

O​ que faz o Albert Einstein para lidar com as ilegalidades?

Tentamos nos blindar contra a fraude por meio de várias frentes. Fazemos um cerco. Primeiro. os médicos firmam um documento sobre conflito de interesses. Dessa forma, o profissional sabe que está sendo observado internamente. Padronizamos a relação com os fornecedores de próteses. Não aceitamos facilmente sugestões de fabricantes sem antes estabelecer uma discussão interna consistente. Afastamos fornecedores perante a mínima suspeita. Sei que posso perder alguns médicos por causa dessa nossa postura. E estou convencido de que. apesar disso tudo. condutas indevidas podem acontecer aqui dentro. Mas estamos atentos sempre.

O​ Einstein deverá inaugurar ainda neste ano uma faculdade de medicina. Já não há cursos de medicina em excesso no Brasil?

Nossa faculdade não será apenas mais uma no mercado. Ela formará um médico com virtudes hoje pouco lembradas no universo acadêmico. Os educadores estão preparando médicos que podem ser chamados de “técnicos de pessoas”. O tecnicismo jamais substituirá a visão do contexto de vida do paciente. Um dos principais desafios da nova faculdade, portanto, será formar um médico com uma visão mais ampla de sua profissão. É preciso gerenciar dúvidas, orientar e saber trabalhar com conceitos de economia de saúde e protocolos bem estabelecidos. O profissional não pode tratar da doença simplesmente. Mas cuidar das pessoas em toda a sua complexidade.

Há um exagero no pedido de exames da parte dos médicos?

Sim. Há uma quantidade imensa de exames e práticas médicas desnecessários, e também exagerado uso de recursos tecnológicos. O médico só conseguirá acabar com esse quadro, muito ruim, se tiver uma visão organizada e protocolar de seus atos, além de, evidentemente, ter uma visão ampla do doente. Insisto nessa questão. Vou citar um exemplo recente que aconteceu no Albert Einstein. Há cerca de três anos. propus a criação de um centro de segunda opinião em cirurgia de coluna. Nesse centro, os médicos avaliam as queixas dos pacientes que já chegam com indicação cirúrgica. São profissionais sem ligação com aqueles que fariam o procedimento cirúrgico. Mais que isso: desenvolvemos protocolos e definimos padrões cirúrgicos. Ou seja. criamos uma prática organizada de atendimento. O resultado foi surpreendente. Apenas 40% dos pacientes que chegam ao hospital com indicação de cirurgia de coluna são de fato submetidos ao procedimento. Evita-se o desperdício de tempo e dinheiro.

​​Como um hospital privado pode contribuir para melhorar a saúde pública?

Em primeiro lugar, sendo exemplo de qualidade em gestão. Repito aqui: sem protocolos de condutas e tratamentos baseados em estudos sólidos não há como medir resultados e, portanto, não há como melhorar. Nossa participação na saúde pública é também na esfera prática. Temos o maior e mais bem aparelhado serviço de transplante de fígado acessível aos usuários do SUS. Mantemos uma ampla parceria com hospitais públicos municipais, o Dr. Moysés Deutsch e, a partir deste mês. o Vila Santa Catarina. ambos em São Paulo.

​​Como anda a relação médico e paciente no Brasil?

Precisa ser mais humanizada. Não se trata de pegar na mão do doente nem de puxar a cadeira para ele se sentar. Uma relação humanizada envolve diversos fatores, todos com um único objetivo — pôr o paciente no centro das atenções, sempre e cada vez mais. É crucial lidar com o doente a partir das suas fraquezas. E não é possível agir desse modo se o profissional não admitir as próprias fragilidades. Chega de arrogância. O médico é um individualista. Não divide informações. Em um passado não muito distante, tal postura até era possível. O médico se bastava. Ele era único. Hoje é praticamente impossível o profissional dominar todas as informações com o grande avanço ocorrido na medicina. Veja o que aconteceu na minha área. No início as pessoas me procuravam principalmente para trocar de óculos. Hoje, para tratar das doenças que as fazem usar óculos e de outras tantas associadas ao envelhecimento, como glaucoma, degeneração macular senil. Será que eu tenho tempo e consigo ser perfeito em todos esses campos? Ou preciso de pessoas para me ajudar a ser mais resolutivo?

​​Há poucos meses, o senhor sofreu uma cirurgia de catarata. Como se sentiu no papel de paciente, justamente na área em que é especialista?

Tive muita dificuldade em lidar com a doença do início ao fim. Primeiro, relutei para aceitar que estava com o problema de visão, mesmo sofrendo de um sintoma clássico. De repente, o grau dos meus óculos de miopia começou rapidamente a aumentar. Quando um paciente relata essa situação ao médico, o diagnóstico de catarata é praticamente certeiro. Mas, como era comigo, criava desculpas, relutava. Até que um dia minha visão de fato ficou comprometida e tive de aceitar o diagnóstico. A partir daí foi outro dilema: a cirurgia. Passei a me lembrar de todas as situações ruins que vivenciei em minha carreira, que foram raríssimas. O procedimento é extremamente simples e seguro. Mas nada funcionava comigo. O mês em que marquei a operação foi um dos mais sofridos da minha vida. Quando entrei no centro cirúrgico, tive a sensação de estar entrando para outra vida. Cheguei a pensar que ia morrer. E repito: como especialista no assunto, sei que isso não acontece. Só me tranquilizei no dia seguinte, quando voltei a enxergar.

​​Os médicos que passam por situação semelhante costumam mudar a postura com os pacientes?

Essa experiência mudou a minha vida pessoal e profissional. Não há dúvida de que me tornei um médico muito melhor. Estou mais próximo dos meus pacientes. Agora valorizo absolutamente todas as tristezas e angústias do doente, mesmo sabendo que esses sentimentos não vão repercutir na doença em si. Hoje me dedico com a mesma intensidade a discutir com o paciente sobre uma simples aflição e um procedimento cirúrgico. Mas estar do outro lado da mesa do consultório, digamos assim, e de um tipo de consultório tão familiar para mim, me fez cuidar mais da minha saúde. Nos últimos seis meses emagreci 6 quilos, voltei a praticar ginástica diariamente. Ganhei disposição. Sinto-me mais jovem. Tenho ânimo para brincar com meus filhos.

​​A imagem do Einstein está profundamente associada aos valores do judaísmo. Até que ponto essa relação é decisiva para a qualidade do hospital?

A excelência do Albert Einstein está profundamente ligada ao seu DNA judaico. O judeu tem o papel de questionar permanentemente tudo. O judeu sempre acha que tem de fazer mais. Trata-se de um inconformismo sistemático. Isso para não falar do papel primordial da fé na gestão desse hospital. Tenho aqui, evidentemente, as melhores ferramentas da lógica e da ciência para comandar esse hospital. Mas me dou ao luxo de usar a fé como instrumento de gestão fundamental. O que significa acreditar naquilo que as pessoas acham que não vai dar certo. É acreditar em coisas não tão tangíveis. Essa atitude é um fator fundamental na busca constante da qualidade no Albert Einstein.

​O​ papa Francisco reconheceu o Estado da Palestina recentemente.​ O​ que o senhor achou disso?

Francisco é um homem que tem avançado sobre temas polêmicos que ficaram parados por muito tempo. O Oriente Médio precisa encontrar uma solução para o povo palestino. Acredito que esse reconhecimento não significa uma negação do Estado de Israel. Mas de nada adianta tomar uma atitude se não houver um desdobramento de caráter prático. Gostaria que o papa não parasse esse movimento e usasse sua legitimidade para convencer o povo palestino de que, se não reconhecer o povo de Israel, não será possível nenhum tipo de entendimento. O papa tomou essa iniciativa positiva. Mas a partir de agora ele passa a ser um dos protagonistas dessa história. Ele tem de exigir do povo palestino que aceite também o Estado de Israel.

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Santa Casa de São Carlos realiza retirada de coração para transplante

Revelando São Carlos, 17 de junho de 2015

Um acontecimento muito importante na saúde marcou essa quarta-feira (17) em São Carlos. O médico do Incor, Ronaldo Onorato, desceu no aeroporto “Mario Pereira Lopes” e foi até a Santa Casa para retirar os órgãos de uma pessoa que teve morte cerebral. O primeiro caso em São Carlos.

O doador foi um homem de 31 anos  que era do interior da Bahia e havia se mudado para São Carlos há dois meses. No último sábado (13), ele deu entrada em coma na Santa Casa e, no domingo (14), os médicos suspeitaram da morte cerebral. A família do rapaz  foi avisada sobre a doação e concordou, foram doados, o coração, o fígado, o pâncreas e os rins.

O coração foi doado para uma paciente de 35 anos  que está internada em estado grave na capital paulista necessitando do transplante.

O procedimento de remoção foi o primeiro envolvendo o órgão na cidade, a Cirurgia – contou com o apoio de equipes de Ribeirão Preto e do Incor – e teve início às 10h e o procedimento de retirada do coração foi finalizado sem intercorrências pouco depois, às 11h20. A partir daí, teve início a luta contra o relógio. “A gente tem quatro horas a partir do momento em que a gente tira do doador”, explicou o cirurgião Ronaldo Honorato.

Segundo informações de funcionários da Santa Casa, o momento foi único, indescritível a felicidade dentro do hospital, satisfação de poder salvar outras vidas foi um momento mágico.

O Serviço de Verificação de Óbito deverá apontar as causas da morte, mas, de acordo com Ivan Linjardi, coordenador do Grupo de Transplantes e Captação de Órgãos da Santa Casa, há a suspeita de falta de oxigênio que teria evoluído para morte encefálica.

“Correu tudo bem, dentro do que a gente planejou, e a gente deixa um recado de agradecimento a toda a equipe da UTI da Santa Casa, equipe de enfermagem, equipe médica, mas principalmente à família. Só a autorização familiar que torna possível esse momento de doação”, disse Linjardi.

O corpo foi encaminhado para a família no interior da Bahia onde será o sepultamento.

Um despertar - Logo - Santa Casa de São Carlos

Fantástico:​ ​Colombiana doa rim a desconhecido e cria cadeia de transplantes

Você vai conhecer uma mulher muito especial​ nascida na Colômbia​: Zully Broussard​ (55 anos​)​.​ ​Nos últimos anos, a vida não tem sido fácil para ela​. ​”Perdi meu filho para o câncer depois de quatro anos de batalha. Treze anos depois meu marido também teve câncer e morreu. Eu não pude salvar a vida deles, pude apenas cuidar dos dois”, conta Zully Broussard.​ ​Zully mora em Fair Oaks, na Califórnia​, Estados Unidos​. A 120 quilômetros de lá, na cidade de Benicia, vive o mexicano Oswaldo Padilha. Os dois nunca tinham se visto, até o dia em que Zully salvou a vida dele. E mostrou ao mundo um jeito diferente de reunir doadores de rim.

Oswaldo, hoje com 26 anos, era um homem saudável. Até que uma doença fez os rins pararem de funcionar. Aí, foram dois anos fazendo hemodiálise, na lista de espera por um transplante.​ ​”Eu tinha um cateter aqui do lado esquerdo que era ligado à máquina que trabalhava por oito horas, enquanto eu dormia. Todas as noites”, lembra Oswaldo Padilha.​ ​Oswaldo ficava mais fraco e doente a cada dia. Sônia, a cunhada dele, decidiu doar um rim.​ ​”Me disseram que minha saúde era muito boa mas que infelizmente eu não era compatível com o tipo de sangue do Oswaldo”, conta Sônia.

Sônia e Oswaldo não sabiam, mas o socorro já estava a caminho. Zully já havia procurado o hospital se oferecendo como doadora.

“Então eu falei para o pessoal da clínica que eu queria continuar o processo e doar o rim para o próximo da lista de espera”, diz Zully Broussard.

E o próximo era Oswaldo, que recebeu o rim da Zully. Quando Zully decidiu fazer a doação ela pensou o óbvio: vou salvar a vida de uma pessoa. Que nada. Esse ato de coragem e amor teve uma espécie de efeito dominó, foi o começo de uma cadeia de doações e transplantes. Por causa da Zully, outras cinco pessoas, além do Oswaldo, que estavam entre a vida e a morte, ganharam um rim.

Essa é a condição fundamental para a cadeia funcionar. Você só recebe o rim se o seu parente ou amigo aceitar doar um para alguém.

A Zully deu o órgão para o Oswaldo. O Oswaldo só pôde fazer o transplante porque a Sônia aceitou doar o rim para uma outra pessoa. Quem recebeu da Sônia foi a Norma. Para a cirurgia da norma acontecer, o filho dela teve que entrar na ciranda e doar o rim para a Maria. Da mesma forma, a Ana, filha da Maria, também teve que doar um rim para outra paciente da lista: a Míriam. A filha da Míriam concordou em doar para o Mark. E a irmã do Mark encerrou a cadeia doando para o Verle.

A gente está mais acostumado a ouvir falar de doação de órgãos de pessoas que morreram. Neste caso, como foi possível criar uma lista de doadores vivos? E ainda, descobrir que Zully era compatível com Oswaldo e assim por diante?

David Jacobs é um especialista em informática. Ele perdeu o pai e o irmão por causa de insuficiência renal. E ele mesmo só está vivo porque ganhou um rim da vizinha.​”Um mês depois do meu transplante eu comecei a desenvolver um programa de computador. O que esse programa faz é resolver em segundos um problema matemático complicado”, explica David Jacobs.

O programa está sendo usado em um grande hospital de São Francisco, referência em transplante de rim. E em outras 18 unidades de saúde da Califórnia. Com ele foi possível criar uma lista que não existia: a de gente disposta a doar em vida. Há outros seis programas parecidos sendo usados em hospitais americanos, mas esse, criado por David, é um dos primeiros.​ ​“O programa faz um cruzamento de todos os dados de quem quer doar e de quem precisa receber um rim como peso, idade e informações genéticas”, diz David Jacobs.

Programas que fazem o cruzamento de doadores vivos e receptores também já estão sendo usados na Argentina, Polônia e Itália. No Brasil, a lei permite doação em vida se o doador for marido ou mulher ou ainda parente de até 4º grau da pessoa que precisa do órgão. Fora disso, só com autorização da Justiça.

Para um especialista, o programa americano não é o ideal para o Brasil, que ainda tem muitos desafios pela frente, como aumentar o número de transplantes por ano.

“Nós temos a possibilidade de dobrar o número de transplantes com doador falecido e ao invés de fazer cinco mil transplantes de rim, fazer dez mil antes de chegar a esse tipo de necessidade ou situações como essa, que tem são imprudentes”, afirma José Medina Pestana, da UNIFESP.​ ​Para ele, quem doa um rim em vida pode colocar a própria saúde em risco.​ ​“Um risco a longo prazo que não é totalmente conhecido’, afirma José Medina.

O que mais impressiona a gente nessa história, além do carinho das pessoas, é a rapidez desse sistema de captação de órgãos. Três meses: o tempo que levou entre o dia em que a Zully decidiu doar o rim e a data de realização do sexto e último transplante da cadeia.​ ​E mais: as 12 cirurgias, entre doadores e receptores, aconteceram no mesmo hospital, em um período de menos de 48 horas.

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Santa Casa ​de Porto Alegre ​comemora aumento no número de transplantes

Graças à solidariedade das famílias, que gerou uma ampliação no número de doações, e à agilidade e preparo dos profissionais das equipes médicas, a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre comemora o aumento no número de transplantes de órgãos e tecidos. De janeiro a abril de 2015, foram realizados 176 procedimentos desse tipo, um aumento de 17,33% em relação aos 150 procedimentos feitos no mesmo período de 2014. Além disso, o número alcançado pelos hospitais do complexo da Santa Casa em 2015 é o maior nos quatro primeiros meses dos últimos seis anos: 158 em 2010, 134 em 2011, 168 em 2012, 165 em 2013, 150 em 2013 e 176 em 2015.

Os  176 transplantes feitos pela Santa Casa este ano incluem três de coração, 26 de fígado (doador falecido), três de pulmão (doador vivo), 14 de pulmão (doador falecido), nove de rim (doador vivo), 72 de rim (doador falecido), 31 de medula e 18 de córnea.

Para Miriam Maciel, Gerente Hospitalar do Hospital Dom VIcente Scherer, unidade especializada em transplantes da Santa Casa, o aumento não é só uma vitória da Instituição, mas sim de todos: “Significa que mais familiares foram solidários, beneficiando novas vidas ao autorizar a doação”, conta.

O Dr. Sadi Schio, coordenador clínico da equipe de Transplante Pulmonar da Santa Casa, lembra que é importante que o tema doação de órgãos seja debatido entre os familiares: “Isso é importante para que, diante de uma eventual morte cerebral, a família possa realizar o desejo do ente que se foi”, afirma.

Cabe ressaltar que uma pessoa com parada definitiva e irreversível do encéfalo pode salvar mais de uma vida. Segundo o Dr. J. J.Camargo, Diretor Médico do Hospital Dom Vicente Scherer, o paciente que desenvolveu morte encefálica, pelo qual não se pode fazer mais nada, pode significar a redenção de até oito pessoas na fila de espera por transplantes.

Um despertar - Logo - Santa Casa (POA)

O IV Albase ocorre entre os dias 28 e 30 de maio

A política de transplantes nos estados de Alagoas, Bahia e Sergipe ​será discutida no IV Albase, ​entre os dias 28 e 30 de maio, no Hotel Órion, em Aracaju.

Na sua quarta edição, o encontro conta com a participação de mais cinco estados da federação – São Paulo, Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí e Rio Grande do Sul.O médico Eraldo Moura, coordenador do Sistema de Transplantes da Bahia, que representa o estado no Albase, ressaltou que durante o evento ainda se discutirá o panorama de transplante no Brasil e a cooperação técnica entre os estados.​ ​Ele acrescentou que também haverá uma reunião com representantes das centrais de transplante do Nordeste.

Entre outros temas a serem abordados no evento estão o panorama dos transplantes no Brasil, entrevista familiar para doação de órgãos e tecidos para transplantes e o modelo de gestão dos estados participantes. Na programação constam palestras, cursos de capacitação, mesa redonda e apresentação de trabalhos.
Um despertar - Logo - Doe órgãos

A AMIB promove encontro sobre doação e transplante em Florianópolis

A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) promoverá nos dias 22 e 23 de maio de 2015, em Florianópolis (SC) uma programação especialmente desenvolvida para a temática Doação e Transplante.
Dentre vários assuntos a serem discutidos, alguns tópicos mereceram atenção destacada, como, por exemplo:
> a identificação do potencial doador
> o diagnóstico da morte encefálica
> a manutenção dos órgãos até o momento do transplante
A Associação tem como objetivo principal do evento fomentar a conscientização das pessoas quanto às doações de órgãos no Brasil e como público-alvo os médicos intensivistas e profissionais de UTI.
Conheça mais sobre o evento clicando aqui: http://www.amib.org.br/doacao-transplante/

11º Congresso Mineiro de Nefrologia e 2º Simpósio Mineiro de Transplante Renal

A Sociedade Mineira de Nefrologia irá realizar no Centro de Artes e Convenções da UFOP, em Ouro Preto, Minas Gerais, no período de 20 a 23 de maio de 2015, o 11º Congresso Mineiro de Nefrologia e 2º Simpósio Mineiro de Transplante Renal.​
O evento tem como objetivo reunir toda a comunidade nefrológica, buscando transmitir e atualizar conhecimentos para o melhor desempenho diário da especialidade; e também servir de fórum para discussões sobre as inovações que surgem na Nefrologia.

O encontro é voltado para médicos nefrologistas, urologistas, cirurgiões vasculares, residentes, acadêmicos de Medicina, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais da área.

Conheça mais sobre o evento clicando aqui: http://www.smn.org.br/congresso/

Um despertar - Logo -  II SIMPÓSIO MINEIRO DE TRANSPLANTE RENAL

Bom dia Brasil: Brasil tem queda no número de doadores de órgãos​

O número de transplantes de órgãos caiu neste começo do ano no Brasil. A espera de quem precisa de um coração, de um rim, está cada vez maior por causa da recusa das famílias em autorizar a doação. Principalmente, porque a família não fica sabendo do desejo do parente de doar os órgãos e salvar vidas.

O Brasil é referência mundial em transplantes, só fica atrás dos Estados Unidos, mas com esta queda na doação não vai ser atingida a meta de transplantes para este ano. No primeiro trimestre, 43% das famílias abordadas pelas equipes dos hospitais não autorizaram a doação. O número de doadores notificados caiu 1,4% e o de doadores efetivos, 0,8%.

Por causa disso, a meta para este ano foi revista. Antes era de 17 doadores por milhão de habitantes. Agora passou de: 15 a 15,5 doadores por milhão de habitantes.

Por órgãos as doações também caíram: rins de 7,6%; fígado: 0,7%; coração 1% e pâncreas: 24%, queda significativa. O único transplante que teve crescimento foi o de pulmão com 19%.

Há um mês e meio, a vida da Laura mudou completamente. O diagnóstico de uma doença grave no coração levou a menina de 8 anos e o pai para uma casa de acolhimento em São Paulo. Eles moram com outros pacientes de várias partes do Brasil, todos à espera de um transplante.

Laura só volta para o interior quando conseguir um coração novo, e pode ser a qualquer momento. “Fé em Deus que vai dar tudo certo, que a gente está aqui por esse coração dela que, com certeza, ele vai chegar logo”, afirma André Luiz Rodrigues.

O Brasil é o segundo país do mundo com o maior número de transplantes, só fica atrás dos Estados Unidos. Se a gente contar as cirurgias pelo sistema público, somos líderes mundiais. No ano passado, foram quase 21 mil cirurgias – 30% delas, de rins.

O Hospital do Rim, em São Paulo, faz 800 transplantes por ano. A espera do Moacir da Silva Carleto durou três anos e terminou esta semana. “Eu estava em casa dormindo e o celular tocou, atendi e foi aquela correria. Chegou aqui, fiz alguns exames e foi tudo muito rápido”, lembra o mecânico.

O exemplo para a vida longa está em casa. Há nove anos, o pai do Moacir passou pelo mesmo transplante. “A gente vai trabalhar muito junto ainda”, conta o também mecânico Francisco Carleto.

Apesar de todo o trabalho dos hospitais e do esforço dos profissionais, o número de doações no país vem caindo. E a principal causa é a recusa de muitas famílias que deixam de autorizar a doação de órgãos sem saber que com esse gesto é possível salvar a vida de várias pessoas.

Depois de constatada a morte cerebral, é possível aproveitar os dois rins, os dois pulmões, o fígado, o pâncreas e o coração, além de tecidos como a córnea. Ou seja, a doação de uma pessoa pode ajudar sete.

“Nós recomendamos sempre: se você quer se doador de órgãos após a morte, avise a sua família. A sua família vai entender isso como seu último desejo e vai autorizar a doação. Independente de estar escrito ou não, só de ter falado uma vez a família respeita esse desejo”, ressalta José Medina, do Conselho da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos.

Com a redução das doações, a meta brasileira para 2015, de chegar a 17 doadores por milhão de habitantes, não será atingida.

Mas a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos acredita que a média nacional pode dobrar nos próximos anos. Para isso, precisa de mais sintonia entre as equipes, desde a conversa com as famílias até o transporte dos órgãos.

“É angustiante, tanto tempo na fila e uma fila que não tem fim. Estou nessa espera há 13 anos e nunca vem”, afirma o aposentado Antônio Macedo.

Laura Rodrigues não quer esperar tanto. “Eu peço assim: ‘Papai do céu, quero que chegue meu coração para eu ir embora’”, diz a menina.

A Associação Brasileira de Transplante de Órgãos vai começar uma campanha com as famílias de pacientes e com os médicos.

Esse esforço de conscientizar as famílias já está sendo feito em Santa Catarina e com sucesso. O número de doações de órgãos aumentou 19% no ano passado.

Santa Catarina tem o sistema de transplantes mais organizado do país. As equipes são treinadas para identificar possíveis doadores, fazer o diagnóstico da morte encefálica e também das famílias desses possíveis doadores.

Além disso, tem um grande investimento em logística e no apoio aos hospitais que prestam um atendimento mais humanizado a essas famílias

Em Santa Catarina, a procura por doadores é algo extremamente profissional que recebe investimentos da secretaria estadual de Saúde. O que justifica essa média de 34 doadores a cada milhão de habitantes enquanto no resto do país a média cai para 14.

Bom Dia Brasil (logomarca)