Atletas transplantados ganham medalhas em competições
Jornal Nacional, 10.12.2014
Nesta semana, o Jornal Nacional está mostrando um recurso poderoso da medicina para dar mais vida a quem tem a saúde extremamente frágil. O transplante de órgãos.
Na terceira e última reportagem dessa série especial, os repórteres Marcos Losekann e Jonathan Santos mostram os resultados quase mágicos dessas intervenções.
Um coração que bate no peito. Um rim que filtra o sangue. Córneas para enxergar. Quem tem saúde muitas vezes nem se dá conta da importância dos órgãos, mas quando um deles falha, só uma nova peça para o motor não parar. E ninguém melhor do que um transplantado para provar que é possível renascer.
“É super importante, porque com o transplante, na verdade, você renasce. Você tem uma vida nova, você tem uma segunda chance na vida de realmente poder fazer tudo aquilo que uma pessoal normal pode fazer”, diz Edson Arakaki.
O Edson tem 52 anos e é um campeão de saúde. Ele disputou as Olimpíadas de Transplantados da Suécia em 2011 e da África do Sul em 2013. E ganhou medalhas nas duas edições. Mas o maior prêmio dele foi o rim que recebeu de uma das irmãs há 13 anos. Esse rim devolveu ao Edson a alegria de viver.
“Isso aqui é o resultado assim de um esforço muito grande, não só meu, mas da minha família, da minha esposa e sem dúvida eu devo tudo isso a esse rim que eu recebi da minha irmã em um momento muito crítico da minha vida”, conta Edson.
“Existe uma mudança de enfoque das coisas que são importantes na vida. Hoje você vive bem. Um dia para esses pacientes é muito mais importante do que saber o que que vai acontecer daqui a 15, 20 anos se eles vão estar vivos. É interessante isso, é o dia a dia da gente que lida com transplante”, afirma o diretor da Unidade Transplante Cardíaco do Incor, Fernando Bacal.
O reencontro com a saúde depois de um transplante ficou bem mais fácil na década de 80, quando a indústria farmacêutica desenvolveu os imunossupressores – remédios capazes de diminuir a rejeição. Não existe mais um prazo de validade para órgãos transplantados. Segundo os médicos, depende muito de cada paciente, do estilo de vida de cada um.
“Nós temos pacientes que transplantaram em 85 quando nós retomamos o programa de transplante aqui no Brasil e estão vivos até hoje. Mas vai depender se o paciente se cuida, porque ele ganha um coração novo mas tem que continuar se cuidando, do ponto de vista de não engordar, de fazer atividade física, de tomar os remédios direito”, explica Fernando Bacal.
Nada supera a vontade de viver. Depois do transplante de rim, Dinael virou atleta: pedala pelo menos três horas por dia para manter a boa forma e a saúde impecável.
“De fato, a minha vida não foi mais normal. Ela superou a minha expectativa. Porque a gente passa a dar valor nas pequenas coisas, passa a fazer manutenção do corpo através da atividade física. Então foi muito importante isso aí para mim”, diz Dinael Wolf.
Nos últimos dias, o Jornal Nacional mostrou o caso da mulher que faz três seções de hemodiálise por semana enquanto um novo rim não vem. Os atletas transplantados que colecionam medalhas. Aquele senhor da cirurgia que a gente acompanhou em São Paulo, e amenininha, Júlia, que passou o primeiro aniversário internada no hospital, enquanto espera por um coração.
Nesta quarta-feira (10) a tia da Júlia contou que recebeu um telefonema dos parentes de uma criança – um menino chamado Danilo, que teve morte cerebral atestada pelos médicos. Mesmo no momento doloroso, essa família se lembrou da Júlia da reportagem de segunda-feira (8) no Jornal Nacional e decidiram que os órgãos do menino seriam doados. Infelizmente para Júlia, o coração do Danilo não é compatível. Ela vai continuar esperando. Mas a família do menino vai dar a outra criança que também precisa de um transplante a chance de renascer.
Assista a matéria clicando aqui: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/12/atletas-transplantados-colecionam-medalhas.html
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